sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

EU NÃO SABIA QUE DOÍA TANTO - II - EDUARDO ANTONIO GOSSON.

EDUARDO ANTONIO GOSSON

EU NÃO SABIA QUE DOÍA TANTO II
Eduardo Antonio Gosson

Dando continuidade ao percurso, a Nau da Eternidade pára para pegar mais um passageiro: Francisco Antonio Gosson (Dezembro, 27, 1996).
No último trimestre deste ano, o Prof. Francisco começou a sentir problemas com a voz e a garganta. Ficou preocupado porque seu ofício era o de Professor da Faculdade de Farmácia, onde lecionava a disciplina de Parasitologia e Análise Clínica. Após exames de rotina, descobriu que era portador de um câncer na garganta. Entre a descoberta e a sua morte passaram-se três meses. No final do ano embarcou em direção à Eternidade, deixando viúva a senhora Mercedez Fernandez (de nacionalidade Paraguaia) e um filho único: Ricardo Wagner Fernandez Gosson, que também formou-se em Farmácia.
Ao contrário do meu pai -Elias Antonio Gosson - não tinha a menor aptidão para o Comércio. Certa vez declarou: “- eu não teria a menor estrutura para passar o dia em pé, esperando o freguês”. A sua praia era a Ciência. Quando os microscópios da faculdade quebravam, não era preciso levá-los para São Paulo. Ele sabia consertá-los.
Gostava muito de Música Erudita e das guarânias. Conheceu sua esposa quando foi cursar Medicina no Paraguai.
Metódico nos seus afazeres, dava aulas no turno da tarde, passava a noite estudando e corrigindo provas e a manhã dormindo. Embarcou aos 62 anos de idade, deixando uma imensa saudade.

(*) Escritor e poeta. Preside a União Brasileira de Escritores - UBE/RN.

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