sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

DISCURSO DE DESPEDIDA DO ESCRITOR EDUARDO GOSSON DA PRESIDÊNCIA DA UBE-RN



DR. EDUARDO GOSSON
DISCURSO DE DESPEDIDA DO ESCRITOR EDUARDO GOSSON DA PRESIDÊNCIA DA UBE-RN 

Ilustríssimo Senhor Presidente eleito da UBE-RN – Escritor Roberto Lima Meus senhores, Minhas Senhoras Iniciado pelo poeta Lívio Oliveira o processo de reorganização da UBE-RN no ano de 2006, precisamente em 23 de março quando um grupo de intelectuais (Anna Maria Cascudo Barreto, Carlos Gomes, Eduardo Gosson, Manoel Onofre de Souza Junior, Nelson Patriota, Pedro Vicente da Costa Sobrinho, Racine Santos) reunidos na Academia Norte – Rio – Grandense de Letras- ANL deu o ponta-pé inicial numa terceira tentativa já que as anteriores não foram eficazes (14 de agosto de 1959 e novembro de 1984). Faltando três meses para concluir o seu mandato, Lívio renunciou. Assumi interinamente por esse curto período, até ser confirmado para um mandato à frente da Diretoria Provisória (2008-2009), depois eleito para um mandato (2010-2011) e depois reeleito (2012-2013). “Eu sou eu e as minhas circunstâncias” afirma o escritor espanhol Ortega Y Casset. Nunca um pensamento foi tão preciso em relação a uma situação como a que vivo de uns tempos para cá. Como é sabido de todos os que fazem Cultura no RN, enfrentei no plano pessoal atropelos que desestabilizariam muitos: a perda de três tios no segundo semestre de 2011 ( Jamyles, José e Jorge), da minha mãe e, em 2012, após 12 anos de luta contra a dependência química em dois filhos, a morte de um deles – Fausto - em circunstâncias trágicas: a cocaína quebrou-lhe todos os seus ossos e aumentou 50 quilos a mais depois de morto, o que obrigou-me a encomendar um caixão especial. Atualmente, luto para salvar o outro – Thiago que tem o mesmo problema. Também fui afetado por uma doença incurável até hoje – o Mal de Parkinson. Mesmo assim não desanimei e continuei a batalha de reconstrução do órgão de representação de classe dos escritores e a militância em prol da Cultura. Por esse motivo, nesta despedida não poderia deixar de enumerar o que fiz com ajuda dos meus confrades e confreiras da Diretoria. Paulo Freire (mestre de todos nós), diz: “Ninguém faz nada sozinho”.Eis, em síntese, a minha prestação de contas: 1.1. Ações Administrativas - Encaminhei ao 2º Ofício de Notas de Natal o registro da UBE-RN em 01/12/2008, obtendo a legalização da entidade em 13/04/2009. A UBE-RN está registrada sob o nº 7.093. - Na Receita Federal obtive o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ 11.034.721/0001-39). - Na Caixa Econômica (agência Ribeira) abri conta corrente: Agência 0033 – OP 003 – C/C 874-0 - Encaminhei a filiação de 90 escritores, contando hoje a UBE/RN com 140 associados. - Encaminhei pedido de Utilidade Pública Municipal (Lei Municipal 5.935/2009) -Encaminhei pedido de Utilidade Pública Estadual l (Lei Estadual 9.321/2010) -Encaminhei através de Resolução a criação do Prêmio Escritor Eulício Farias de Lacerda, sendo o seu primeiro ganhador Paulo Caldas Neto, jovem revelação da Literatura Potiguar - Encaminhei pedido de Utilidade Pública Federal (em tramitação) -Celebrei convênio com a Caixa Econômica Federal para pagamento da anuidade da UBE através de Boleto Bancário 1.2. Ações Organizativas - Organizei o I Encontro Potiguar de Escritores – 1º EPE (Março, 2008); - Organizei o II Encontro Potiguar de Escritores – 2º EPE (Outubro,2009); -Organizei o III Encontro Potiguar de Escritores – 3º EPE (Outubro de 2010); -Organizei o IV Encontro Potiguar de Escritores –4º EPE (Outubro de 2011); -Organizei o V Encontro Potiguar de Escritores – 5º EPE (Outubro de 2012). 1.3. Ações Políticas - Participei da Audiência Pública na Assembléia Legislativa(19.10.2008), debatendo o Livro e a Leitura Literária, que resultou na Lei nº 9. 169/2009 (Promoção da Leitura Literária nas Escolas Públicas); -Aprovei a Carta de Natal (I EPE); -Aprovei a Carta do Encontro Potiguar de Escritores (IV EPE); -Aprovei a Carta do Encontro Potiguar de Escritores (V EPE) -Desenvolvi a Campanha em defesa da biblioteca pública Câmara Cascudo -Idealizei, em parceria com o Tribunal de Justiça, a Campanha de Valorização do Autor Potiguar (2010) 1.4. Ações de Comunicação - Encaminhei a criação de um site para a entidade (www.ubern.org.br) que está em rede desde 02 de dezembro de 2009; -Encaminhei a criação de um blog para a UBE, sob a responsabilidade da escritora Lucia Helena, diretora de divulgação da entidade: blogdaubern.blogspot.com.br na INTERNET desde de novembro de 2011; -Encaminhei o Plano Editorial da UBE/RN (editorei 15 livros ), criando cinco Coleções de Autores Potiguares a saber: Coleção Antonio Pinto de Medeiros (poesia), Coleção Bartolomeu Correia de Melo(prosa), Coleção Enélio Petrovich(memória e história), Coleção Deífilo Guregel (Ensaio) e Coleção Nati Cortez (infanto-juvenil). -Encaminhei a recriação do jornal O Galo (no momento em busca de captação de recursos. Projeto aprovado na lei Djalma Maranhão); - criei o selo editorial Nave da Palavra. - encaminhei a criação da Revista do Escritor Potiguar Meus senhores, Minhas Senhoras, Nem tudo é só realizações. Deixo a Presidência da UBE-RN com algumas frustrações 01. Não ter viabilizado a publicação do jornal O Galo por falta de patrocínio: a elite econômica não é a elite intelectual, infelizmente. Aprovado na lei Djalma Maranhão até hoje não consegui o apoio necessário para viabilizar; 02. não ter editado a obra completa do escritor Eulício Farias de Lacerda conforme prometi; e 03. Uma pendência com a Receita Federal que multou a UBE por não ter declarado o Imposto de Renda (lapso de memória). Tentei resolver este problema, indo à Receita quase 10 vezes (o que daria uma novela) e nada: a primeira vez após passar uma manhã quando fui ser atendido o sistema saiu do ar; a segunda, a burocrata não aceitou o documento que levei do contador por que faltava uma letra da inscrição profissional do CRC; a terceira por ter chegado com 05 minutos de atraso devido ao trânsito; na quarta tentativa tive meu carro multado pela STTU; na quinta... com certeza é o pior órgão do Serviço Público brasileiro. Durante esses 06 anos sob a minha administração, a UBE-RN teve a transparência da lágrima. Tudo feito às claras: entrego ao meu sucessor uma entidade sem dívidas e com dinheiro em caixa. Se não fiz mais foi porque não pude, afinal “interditados estavam o poema, a aurora e o seu fluir” como afirmou o poeta maior de Angicos/RN- Jarbas Martins em seu Contracanto. Resta-me o consolo do poeta e filósofo português Miguel Torga: “quem faz aquilo que pode, faz o que deve”. Missão cumprida!
 Cidade do Natal/RN, 26 de Dezembro de 2013 

Eduardo Gosson
 Ex- presidente da UBE/RN

SOLENIDADE DE POSSE DA NOVA DIRETORIA DA UBE/RN. EM 26-12 - 2013, NA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS.

ESCRITOR ROBERTO LIMA DE SOUZA
PRESIDENTE ELEITO E EMPOSSADO ONTEM- 26-12-2013, EM SOLENIDADE CHEIA DE BRILHANTISMO LITERÁRIO, PRESTIGIADA POR ESCRITORES E REPRESENTANTES DE DIVERSAS ENTIDADES.
O NOVO PRESIDENTE RECEBENDO O CARINHO DOS NETOS
 MOMENTO DA ASSINATURA DO CONFRADE CARLOS GOMES, MEMBRO DO CONSELHO FISCAL DA UBE/RN.
DIÓGENES DA CUNHA LIMA - PRESIDENTE DA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS E MEMBRO DO CONSELHO CONSULTIVO DA UBE/RN, QUE FEZ A SAUDAÇÃO DE ABERTURA, ENTRE OUTRAS COISAS, ENALTECENDO A MEMÓRIA DO DR. MANOEL RODRIGUES DE MELO, DE SAUDOSA MEMÓRIA, NESTA FOTO, COM A ESCRITORA E CONFREIRA GERALDA EFIGÊNIA, INTEGRANTE DO REFERIDO CONSELHO.
O LARGO SORRISO DO PRESIDENTE
MANOEL MARQUES FILHO, SEGUNDO VICE-PRESIDENTE DA UBE/RN, COLHE A ASSINATURA DE ALUÍZIO MATIAS DOS SANTOS, MEMBRO DO CONSELHO FISCAL.
JOSÉ DE CASTRO, GERALDA EFIGÊNIA E JANIA SOUZA
NA MESA DE HONRA: ROBERTO LIMA DE SOUZA, EDUARDO GOSSON, VALÉRIO MESQUITA
MARIA RIZOLETE FERNANDES, LIVIO OLIVEIRA E O PRESIDENTE DA CASA
ALUÍZIO MATIAS, DAVID LEITE E PAULO CALDAS NETO.
CONFRADES E A REPRESENTANTE DA EDUCAÇÃO
CONFRADES E O ESCRITOR E POETA, CAPITÃO DE MAR E GUERRA- LUCIMAR LUCIANO DE OLIVEIRA
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI - PRESIDENTE DO INSTITUTO NORTE-RIO-GRANDENSE DE GENEALOGIA E O DR. CARLOS MORAIS DOS SANTOS, ESCRITOR PORTUGUÊS, EM SEUS 06 MESES EM NATAL, UM QUERIDO CONFRADE DA UBE E IHG/RN.
EDUARDO GOSSON, VICE-PRESIDENTE DA UBE;RN, PROFERINDO A SUA EMOTIVA SAUDAÇÃO.
O PRESIDENTE EMPOSSADO EM SUA BELÍSSIMA EXPLANAÇÃO E AGRADECIMENTOS
ESCRITORES

CONFRADES SUZANA GALVÃO E EDUARDO GOSSON
DIULINDA GARCIA, MEMBRO DO CONSELHO CONSULTIVO DA UBE E PEDRO LINS
MANOEL MARQUES FILHO E LEDA VARELA - PRESIDENTE DA AJEB/RN
ESCRITORES
MEMBROS DA UBE/RN
 ESCRITORES
 
ESCRITORES
ESCRITORES
 
ALUÍZIO MATIAS, MANUEL MARQUES FILHO, SUZANA JÁCOME GALVÃO, IVAM PINHEIRO, LEDA VARELA E ZELMA BEZERRA.
 
 SELMA CALAZANS RODRIGUES, EDUARDO GOSSON, CARLOS MORAIS DOS SANTOS, MALU E RUBENS AZEVEDO (PRESIDENTE DA SOCIEDADE DE DENTISTAS ESCRITORES
UMA PARTE DAS AUTORIDADES PRESENTES
                                      


OBS: QUANDO A INTERNET MELHORAR (LENTIDÃO), POSTAREI O DISCURSO DE EDUARDO GOSSON E OS RESPETIVOS NOMES E CARGOS DA NOVA DIRETORIA DA UBE/RN.

sábado, 21 de dezembro de 2013

O QUE NOS FALTA É CIÊNCIA E TENÊNCIA - TOMISLAV FEMINICK

Desde a década de 1990 que o Brasil está situado entre as dez ou quinze maiores economia do planeta, mas não conseguimos entrar no seleto clube das potencias do primeiro mundo. Estamos quase chegando lá, sem nunca chegar. Sempre ficamos da fila do gargarejo. A pergunta inevitável é: O que acontece e qual é causa? Talvez a resposta esteja nas notícias divulgadas recentemente, que colocam o Brasil entre as nações com menor qualidade de ensino e menor índice de produção científica e registro de patentes de novas descobertas. Então o que nos falta? Obstinação para buscar e ciência para alicerçar o nosso desenvolvimento. Sem ciência não há como chegarmos ao céu do primeiro mundo. Somente para confirma essa afirmação, convido os leitores para um passeio pela história do nascimento da ciência. Os primeiros estudos científicos foram desenvolvidos pelos filósofos que se dedicavam à filosofia da natureza. A história aponta os gregos e chineses como os precursores desses estudos. Podemos dizer que o ponto de partida foi dado quando Leucipo de Mileto (460-380 a.C.) e Demócrito de Abdera (cerca de 460-370 a.C.) desenvolveram a teoria de que todas as matérias são compostas por átomos, cujas propriedades seriam: forma, tamanho, impenetrabilidade e movimento. Até então a opinião predominante era que as matérias eram compostas de terra, água, fogo e ar. Quatro pensadores gregos deram a base para a separação entre o “raciocínio simplesmente lógico” e o “raciocínio lógico ordenado”. Tale de Mileto (624-548 a.C.) exclui os deuses da origem da natureza, Pitágoras (580-507 a.C.) concebeu a relação matemática como base das coisas, Parmênides (515-540 a.C.) criou a lógica formal (alicerçada no princípio da não contradição, segundo o qual o “ser” é e o “não-ser” não é) e Demócrito (460-370 a.C.) formulou a teoria sobre a constituição da matéria. Eles geraram o embrião da ciência atual. Os chineses da antiguidade adotavam a ideia de cinco elementos básicos: terra, água, fogo (em comum com os gregos), metal e madeira. Essa teoria foi sistematizada pelo filósofo, historiador, político, naturalista, geógrafo e astrólogo Zou Yan, ou Tsou Yen (305-240 a.C.), tido como o fundador de todo o pensamento científico chinês. Das especulações teoréticas, os gregos e chineses migraram para o uso prático. Na Grécia as descobertas foram o relógio de água, as máquinas movidas com força motriz hidráulica ou de ar comprimido. No campo das ciências naturais, as pesquisas se expandiram pela astronomia, geografia, zoologia, botânica e medicina etc. Na China antiga os estudos teóricos eram voltados para conceituações morais (confucionismo, taoismo etc.), porém a ação era principalmente voltada para a exploração do mundo natural. As pesquisas no campo da física e da química resultaram na invenção da pólvora, do balão de ar quente e da bússola magnética. Os estudos sobre mecânica levam à construção da besta e do sismógrafo. Na medicina testaram o tratamento da malária. Também, estudaram e fizeram aplicação prática com elementos de engenharia hidráulica, botânica e astronomia. Outros povos da antiguidade também enveredaram nos estudos das ciências. Na Mesopotâmia e no Egito houve importantes estudos no campo da engenharia de construção, medicina, matemática e astronomia. Por que não aprendemos com a história? Se quisermos entrar no maravilhoso mundo dos países desenvolvidos há que se melhorar o ensino em todos os níveis, fazer pesquisas e criar condições concretas para uma ciência verde-amarela, sem xenofobismo. 

 O Mossoroense. 
Mossoró, 20 dez. 2013. 

 (*) Mestre em Economia e Contador

O NATAL DE SÃO FRANCISCO - HORÁCIO PAIVA.



Meus caros amigos, neste momento sublime do Natal, segue cartão com o poema que fiz em homenagem a São Francisco de Assis e que agora conduz os meus mais expressivos votos de Feliz Natal e Bom Ano Novo, extensivos a seus familiares e amigos. 

 Com abraço fraterno, Horácio Paiva. 

 (PS - A foto foi tirada na Basílica de Nossa Senhora dos Anjos - com a Porciúncula dentro -, em Assis, Itália).

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

NATAL SEM FAUSTO GOSSON - POR EDUARDO GOSSON - UM AMOR INFINITO POR SEU FILHO, NO CÉU.



FAUSTO E SEU PAI EDUARDO GOSSON
NATAL SEM FAUSTO GOSSON
 Por Eduardo Gosson 

 Natal é tradicionalmente o mês da família e das crianças, simbolizado no Menino Jesus. Este Natal será o mais melancólico da minha vida: no meu presépio falta um menino bom - Fausto - que partiu aos vinte oito anos, vítima de uma sociedade que está perdendo a guerra para as drogas (recentemente aqui bem perto, no Uruguai, o governo liberou o uso da maconha). Abrem-se as portas para o império do Mal. Em nome de uma pretensa liberdade total, proclama-se a legalização como forma de controle das atividades criminosas. Esquecem esses falsos intelectuais que nunca leram um Graciliano Ramos: “liberdade total não existe: começa-se preso pela sintaxe e muitas vezes termina-se numa Delegacia de Ordem Política Social – DOPS”. O Brasil não fez ainda o dever de casa: saúde, educação e segurança pública. Nada funciona neste país. Ao ver na comitiva presidencial que foi ao enterro de Nelson Mandela, Sarney, Collor, Fernando Henrique e Lula conclui-se que é tudo farinha do mesmo saco. Qual é o governo que compensará a solidão de um pai na Noite de Natal?

É POETA.

domingo, 15 de dezembro de 2013

DISCURSO DO ESCRITOR HORÁCIO PAIVA, POR OCASIÃO DA SOLENIDADE DE INSTALAÇÃO DA COMISSÃO DA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA DE NATAL.




Excelentíssimos Senhores: Prefeito Carlos Eduardo Alves, Secretário de Gabinete Sávio Hackradt, Membros da Comissão da Memória,
 Verdade e Justiça de Natal 
 E demais cidadãos e cidadãs presentes a este ato. 

 Esta solenidade de instalação da Comissão da Memória, Verdade e Justiça de Natal traduz mais um momento expressivo da história republicana e democrática de nossa cidade. Segue as diretrizes da Lei nº 6.393, de 5 de julho de 2013 - que homenageia, no seu nome, o ilustre brasileiro Luiz Ignácio Maranhão Filho -, e, quanto às personalidades que a compõem, da Portaria nº 079/2013-GP, de 30 de setembro de 2013. Cabem, em primeiro lugar, agradecimentos a todos aqueles que desde cedo demonstraram a lucidez de entender a necessidade social e moral de sua criação e se empenharam neste propósito, acolhido na louvável iniciativa do ilustre vereador George Câmara, que elaborou o projeto de lei, no procedimento exemplar da Câmara Municipal, que o aprovou, transformando-o em lei, e na decisiva posição adotada pelo nosso ilustre prefeito, Carlos Eduardo, que, de logo, a sancionou, designando, em seguida, e em harmonia com a previsão legal, os sete membros da Comissão agora instalada, e já se empenha em proporcionar espaço e condições físicas para seu funcionamento, no que tem contado com a cooperação permanente de seu nobre secretário de gabinete, Sávio Hackradt. Vê-se, portanto, que a Comissão da Memória, Verdade e Justiça de Natal nasceu de uma combinação perfeita entre os poderes legislativo e executivo municipais, abrigados nos Palácios Padre Miguelinho e Felipe Camarão, como se os heróis nacionais que inspiraram os nomes das duas casas - o primeiro, herói da república e da independência em relação aos portugueses, e o segundo, herói da independência contra os holandeses - estivessem em saudável conspiração pela democracia. Pois entendo - e não tenho dúvidas quanto a isto - que se cumpre mais um ciclo no processo de construção da democracia em nosso País, com o movimento em prol da memória, da verdade e da justiça, que se manifesta na criação das diversas comissões estaduais e municipais, a partir da nacional, criada em maio 2012: o ciclo da memória, do resgate de nossa história e dos fatos que ainda se encontram sepultados no entulho autoritário e traumático do regime ditatorial. E que temos, sobretudo, o direito de ver esclarecidos, porquanto o resgate histórico compreende também o sentido moral de resgate de nossa dignidade e do conhecimento da verdade. Como dizia Mahatma Gandhi, “A verdade é como uma árvore frondosa: quanto mais é tratada, maior quantidade de frutos produz. Quanto mais profunda a busca na mina da verdade, mais rica a descoberta das pedras preciosas lá enterradas.” Um povo é mais livre, mais forte e mais digno quando conhece a própria história. A partir do conhecimento da verdade cria-se uma democracia mais robusta, capaz de prevenir e evitar a repetição de erros antigos ou mesmo a ocorrência de novos erros. E que não se confunda o papel desta Comissão: ela não é um tribunal de exceção ou de revanche; não é sequer um tribunal, pois não tem poderes para julgar e nem mesmo é essa a sua finalidade. Aliás, o texto do artigo 1º da Lei 6.393, que a criou, define, com clareza, sua finalidade, qual seja “de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período fixado no art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, a fim de efetivar o direito à Memória, à Verdade, à Justiça e a reconstituição histórica que envolveu cidadãos natalenses.” Além de mim, HORÁCIO DE PAIVA OLIVEIRA, advogado e escritor, ex-membro do Comitê da Anistia e ex-presidente da Comissão Justiça e Paz e do Sindicato dos Bancários, foram chamados a participar de sua composição pessoas com notável trabalho desenvolvido na área da cidadania, dos direitos humanos e da história: ROBERTO BRANDÃO FURTADO, advogado, ex-deputado e ex-presidente da OAB/RN e do Comitê da Anistia, AFONSO LAURENTINO RAMOS, jornalista de larga tradição em Natal, MARIA RIZOLETE FERNANDES, socióloga, escritora, e ex-secretária-geral do Comitê da Anistia, JEANE FIALHO CANUTO e LUCIANO FÁBIO DANTAS CAPISTRANO, ambos historiadores, e, ainda, GEORGE CÂMARA, vereador e autor do projeto de lei de criação da Comissão. Estou, portanto, em boa e honrosa companhia. E vejo o exercício desta função não apenas como um desafio que a vida nos traz, dentre tantos outros. Mas como uma nova oportunidade de servir à sociedade, ao meu Estado, aos meus semelhantes. Uma opção que dá continuidade a outras, anteriores, que ao longo da existência adotei. A Comissão de Natal, com membros cujas funções não são remunerados pelos cofres públicos, tem apenas o nobre objetivo de servir. Gabriela Mistral, a célebre poetiza chilena, dizia, em seu belo poema intitulado “A Alegria de Servir”: “Existe a alegria de ser são, e a alegria de ser justo, Mas existe, sobretudo, a formosa e imensa alegria de servir”. Mas essa opção, servir, expressão de nosso livre arbítrio, não importaria também - e sobretudo - numa missão a que somos destinados por Deus? Mas como reconhecer essa missão ou mesmo o caráter de missão naquilo que assumimos? Qual o instrumento eficaz de reconhecimento? Na verdade, o caráter ético da luta já a justifica - e a vitória está na sua adoção e no seu percurso, nem sempre ao final. Mas apesar do campo geográfico definido na Lei estar restrito, em tese, à área de nosso Município, o seu campo subjetivo é maior, já que diz respeito à nossa gente, a quem estamos diretamente vinculados. Fernando Pessoa, o grande poeta português, esclarece a aparente contradição às vezes encontrada entre as dimensões da objetividade e da subjetividade, nesses versos memoráveis: “O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. ......................... Toda a gente sabe isso. Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia E para onde ele vai E donde ele vem. E por isso, porque pertence a menos gente, É mais livre e maior o rio da minha aldeia.” Ante o seu caráter municipal, maior responsabilidade das tarefas desta Comissão Municipal é nossa, dos natalenses, de nascimento ou adoção. Mas não devemos perder, jamais, a visão nacional de integração. Nesse sentido, a nossa Comissão dá um passo à frente, pois deveremos estar firmando, já na próxima semana, acordo de cooperação com a Comissão Nacional da Verdade, para intercâmbio permanente de informações e desenvolvimento de ações conjuntas. E também manteremos estreito relacionamento com outras comissões locais: a da OAB/RN e a da UFRN, esta presidida pelo Dr. Carlos de Miranda Gomes, e com o Comitê pela Verdade, Memória e Justiça do RN, dirigido pelo professor Antônio Capistrano e Roberto Monte. Portanto, conclamo todos a fazer desta luta um trabalho coletivo, em que possamos contar com a participação de muitos e aplicados colaboradores. E vamos dedicá-la à democracia, à verdade e à justiça!

 Obrigado.
 Horácio de Paiva Oliveira.

POEMA DE ROBERTO LIMA DE SOUZA A NELSON MANDELA -- IM MEMORIAM.







Meus Caros amigos, 


Hoje o mundo se despede do grande homem que foi Mandela. 
Assim, posto mais uma vez o poema que escrevi em sua memória:
 UM HOMEM CHAMADO PAZ
 - Poema à Memória Bendita de Nelson Mandela -
 Roberto Lima de Souza 

 Um dia, a paz despojou-se das convenções humanas
 E foi nascer, de novo, vestindo pele negra, 
No hemisfério sul, no continente mais negro
 Deste mundo de meu de Deus...
É que a paz se cansou de ser branca no hemisfério norte,
 Onde surgiram, meu Deus, as grandes guerras, 
Embora tantos por lá tenham sempre buscado a paz, 

Tenham sempre sonhado com a paz, sempre ela, 
 Vestida de branco e sempre bela... 
 A paz, porém, naquele extremo sul, não foi reconhecida
 Porque estava vestida de negro E os que governavam,
 Iguaizinhos aos homens do outro hemisfério,
 Imaginavam que ela, a paz,
Nascesse branca, dócil e subserviente ao regime
 Que apartava os homens pelas diferenças de cor... 

 E a paz, tomando as dores da sua prima-irmã, a igualdade, 
Precisou endurecer-se na vida para poder lutar
 E enfrentar as duras injustiças sofridas pelos seus irmãos,
 Só porque tinham a mesma cor da sua pele... 

 E porque defendia direitos iguais para os seus,
 Foi a paz considerada subversiva
 E, por longos vinte e sete anos, banida, 
Privada do convívio dos seus...

 E a paz, então, começou a cantar pela voz dos seus irmãos de cor 
E de todas as outras cores que tem o amor...
 E o seu canto foi ouvido pelo mundo inteiro, 
Do hemisfério sul ao hemisfério norte, 
Porque o canto da paz é um grito que vence o furor,
Que não teme a força bruta, que não teme mesmo a morte... 

 E tão forte foi o canto da paz 
Que, um dia, num dia de muita claridade, 
Mandela, que nasceu livre, 
 Reencontrou a liberdade
 E, a ela, de mãos dadas, fez esquecer a ideia de norte e sul: 
Vestiu-se com as cores todas da diversidade,
 E, entre os homens de pele branca e de pela escura,
 Passou a conviver no coração de todos
 Com o nome de fraternidade, 
Até que, um dia, foi chamado, de novo, de paz,
 Nos braços do Pai de toda a humanidade...

 Natal, 6 de dezembro de 2013.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

REUNIÃO DA UBE/RN COM O PRESIDENTE ELEITO, EM 10-12-2013, NA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS.


EDUARDO GOSSON
JOSÉ DE CASTRO
CONFRADES
 
CONFRADES
MESA DA REUNIÃO DA UBE
CONFREIRAS
 
REUNIÃO DA UBE/RN EM 10-12-2013
 
ROBERTO LIMA DE SOUZA, PRESIDENTE ELEITO
ROBERTO E EDUARDO
 
CONFRADES
 
ROBERTO TOCANDO E CANTANDO O POEMA DE SÃO FRANCISCO QUE ELE MUSICOU
 MOMENTO LINDO
CONFRADES QUERIDOS
AS CONFREIRAS SUZANA E LÚCIA HELENA
Poemas & Prosas -

Veredas de Sol, Lua, Estrela e JASMIM UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - UBE/RN 

. Castro Hoje, pela manhã, tive a alegria de participar da primeira reunião com a diretoria recém eleita da UBE/RN para o biênio 2014/2015, na qual participo do Conselho Consultivo. Além do querido confrade Eduardo Gosson(ex-presidente e atual vice) e do poeta, filósofo e compositor Roberto Lima (o novo presidente eleito da UBE) registro a presença dos escritores Manoel Marques, Claudionor, Pedro Lins e da professora Geralda Efigênia, de Suzana Galvão, das autoras Lúcia Helena Pereira, Diulinda Garcia e Gilvânia Machado. Nesse primeiro encontro, o escritor Eduardo Gosson, auxiliado pelo Secretário Manoel Marques, fez um breve relato sobre a gestão que se finda, falou de alguns sonhos que ainda precisam ser alcançados, tendo falado acerca da necessidade de se dar continuidade a algumas das ações já iniciadas, tais como: 1. Plano Editorial da UBE (que já publicou 15 títulos em suas várias coleções); 2. Realizar o VI Encontro Potiguar de Escritores - EPE; 3. Dar vida à Lei Henrique Castriciano, uma lei estadual que precisa ser regulamentada, e que trata do estabelecimento de uma política de leitura no estado; 4. Realização do II Prêmio escritor Eulício de Farias, em suas 3 categorias; 5. Retomada da edição do jornal O GALO. 6. Realização sistemática de saraus literários; 7. Otimizar o sistema de arrecadação das anuidades dos membros, de maneira a viabilizar melhor as ações da UBE/RN; 8. Propor a alguma instituição de ensino superior a implementação de um curso de especialização com o foco no "ofício do escritor"; 9. Implementação de minibibliotecas de autores potiguares junto à rede hoteleira do estado; 10. Incentivar a presença de autores potiguares nas escolas, a adoção de seus livros, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e com Secretarias Municipais de Educação dos vários municípios. A partir desses pontos levantados inicialmente, os membros da diretoria e os membros em geral da UBE/RN estão sendo convocados a apresentarem suas sugestões à nova diretoria para que se possa realizar, após a posse, uma reunião de planejamento estratégico que possa consolidar uma programação efetiva de atuação da UBE/RN para o biênio 2014/2015. O presidente eleito, Roberto Lima de Souza, enfatizou que pretende realizar um trabalho em equipe, de maneira cooperativa, oportunizando a somatória de inteligências para que a entidade possa cumprir o seu relevante papel perante a literatura e a cultura em geral do estado.