segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O SELINHO E A VIRGINDADE - POR SILVIO CALDAS.


O selinho e a virgindade
 Autor: Sílvio Caldas (jsc-2@uol.com.br)

 Hebe inventou o selinho. Aliás, Hebe era dessas raras pessoas que vieram ao mundo para dar certo. Tudo o que se propôs a fazer, deu certo. Até rolar no chão, em pleno palco, diante de milhões de telespectadores, o fez por mais de uma vez. Duvido que outra mulher da importância dela tenha tido a coragem, até hoje, de fazer o que ela fez diante das telas. O segredo: autenticidade, honestidade profissional e, por mais paradoxal que pareça, respeito ao seu público. Sim, porque ela dava ao público o supra-sumo da sua verdade como pessoa humana. Nela não havia falsidade nem fingimento. Sem pretender ser a dona da verdade, entretanto era a própria encarnação da verdade. Comediante, humorista, cantora, apresentadora. Um ícone no melhor sentido da palavra. Incluo aqui seus corajosos pronunciamentos políticos. Não sei que nossa geração conheceu profissional mais autêntico do que Hebe. É verdade que não tinha lá essas culturas todas, entretanto me refiro à cultura formal, porque sua experiência de vida e inteligência superavam qualquer curso de doutorado. Ela que foi a mais perfeita estudante da chamada universidade da vida. Só senti uma coisa, com a mais ou menos esperada partida de Hebe. Gostaria de ter sabido da opinião dela a respeito dessa jovem brasileira que está pondo à venda o próprio selinho. De mim, desconfio que nessa história tem pita.

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