sábado, 25 de maio de 2013

ENCONTRO COM A POESIA - INTERLÚDIO I - POR HORÁCIO PAIVA.

HORÁCIO PAIVA


ENCONTRO COM A POESIA - INTERLÚDIO (I)
 (Por Horácio Paiva)

 TRÊS SONETOS RENASCENTISTAS FRANCESES 

 Na sequência das citações e arquivos apresentados, notadamente sobre o neoclássico Camões e o clássico latino Horácio (e a sua filosofia do carpe diem e do vivere in aurea mediocritate), trago estes três belos e sugestivos sonetos (um deles, o de Ronsard, célebre, muito reproduzido e comentado ao longo dos anos) de expoentes do renascimento literário francês, em magnífica tradução de Guilherme de Almeida, casando-os com os textos já mencionados: 

 PIERRE DE RONSARD (1524-1585) SONETO A HELENA 
 Quando fores bem velha, à noite, à luz da vela,
 Junto ao fogo do lar, dobando o fio e fiando, 
 Dirás, ao recitar meus versos e pasmando:
 Ronsard me celebrou no tempo em que fui bela.

 E entre as servas então não há de haver aquela
 Que, já sob o labor do dia dormitando, 
 Se o meu nome escutar não vá logo acordando 
 E abençoando o esplendor que o teu nome revela. 

Sob a terra eu irei, fantasma silencioso, 
 Entre as sombras sem fim procurando repouso:
 E em tua casa irás, velhinha combalida, 

 Chorando o meu amor e o teu cruel desdém
. Vive sem esperar pelo dia que vem; 
 Colhe hoje, desde já, colhe as rosas da vida. 

 JOACHIM DU BELLAY (1522-1560) SONETO PIERRE DE RONSARD (1524-1585)

 SONETO A HELENA 

 Quando fores bem velha, 
à noite, à luz da vela,
 Junto ao fogo do lar, dobando o fio e fiando,
 Dirás, ao recitar meus versos e pasmando:

 Ronsard me celebrou no tempo em que fui bela
. E entre as servas então não há de haver aquela
 Que, já sob o labor do dia dormitando,
 Se o meu nome escutar não vá logo acordando

 E abençoando o esplendor que o teu nome revela.
 Sob a terra eu irei, fantasma silencioso,
 Entre as sombras sem fim procurando repouso: 

 E em tua casa irás, velhinha combalida,
 Chorando o meu amor e o teu cruel desdém.
 Vive sem esperar pelo dia que vem;
Colhe hoje, desde já, colhe as rosas da vida. 

JOACHIM DU BELLAY (1522-1560) SONETO

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