sábado, 18 de agosto de 2012

O VOTO DO RELATOR - AUTORIA DE SILVIO CALDAS.


O voto do Relator
Autor: Sílvio Caldas (jsc-2@uol.com.br)
SILVIO CALDAS

O voto do Relator tem uma vantagem: a responsabilidade de quem dá a primeira opinião. Em compensação ele sofre a revisão do outro ministro, que se preparou justamente para fazer uma crítica, concordando ou revisando. E cabe aos demais ministros optarem total ou parcialmente por uma das duas opiniões.

Está muito claro, no caso do Mensalão que haverá um sério confronto entre o Relator e o Revisor, não só em relação ao conteúdo, mas em relação à própria metodologia do relatório.

O Ministro Joaquim é tenso por natureza. Age como quem esteja eternamente se defendendo de alguma agressão. Creio que seja em função do mal que o acomete, pois o sofrimento físico quando é diuturno deixa sua vítima naturalmente tensa, intranqüila, estressada. Nesse ponto, o Ministro Levandowisky leva uma grande vantagem, pois é um homem calmo, tranquilo, diria mesmo que frio.

Mas o Ministro Relator, por seu turno,também leva uma vantagem, não só por sair na frente, como pelo preparo jurídico e inteligência que Deus lhe Deu, apesar dos percalços físicos.

De fato, seu relatório está calcado numa didática exemplar, capaz de desmontar, pelo menos à primeira vista as artimanhas que foram habilmente construidas pelos milionários advogados da defesa. Fora o voto do Relator como pretendia que o fosse o Ministro Revisor teria sido bem mais fácil os advogados de defesa lograrem exito.

Agora, com a inteligente e perspicaz estratégia do Relator, esse relatório vai dar muito trabalho não só ao Revisor, mas principalmente ao Ministro Tofolly, que foi acessor direto do ministro Zé.

Como disse certa vez um pequeno súdito em resposta ao rei Frederico da |Prússia, se não me engano, um pequeno moleiro, “ainda há juizes em Berlim”.

Pois é, tomara que ainda haja Juizes em Brasília.

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