sábado, 31 de janeiro de 2015

CARTA AOS MEUS AMIGOS‏ - EDUARDO GOSSON




CARTA AOS MEUS AMIGOS‏ 

Ações eduardo antonio gosson 16:22 Manter esta mensagem na parte superior de sua caixa de entrada Para: AGUEDAZERONCIO, ALBANISA, ALEXANDRE ABRANTES, ALEXANDRE ATMARAMA, ALEXANDRO GURGEL, ALUIZIOMATIAS, AMAURY MOURA, ANA AMELIA, ANA ANGELICA, ANA ARAUJO, ANA MARIA COCENTINO, ANCHIETAFERNANDES, ANDRE VALERIO SALES, ANGELICA VITALINO, ANGELO MARIO DE AZEVEDO DANTAS, ANISIO MARINHO NETO, ANNA MARIA CASCUDO BARRETO, ANNE CAROLINE, ANTONIO RODRIGUES NETO, ARACELI SOBREIRA BENEVIDES, ARIMA, ARLINDO DE MELO FREIRE, ARMANDO HOLANDA, ARNALDO AFONSO, BENE CHAVES, BETANIA RAMALHO, CAIO ALENCAR, CAIO CESAR MUNIZ, CAIO FLAVIO FERNANDES DE OLIVEIRAES, CAMPELO, CARLOS ADEL TEIXEIRA DE SOUZA, CARLOS HENRIQUE DIAS FIALHO, CARLOS MORAIS DOS SANTOS, CARLOS NEWTON DE SOUZA PINTO, carlos_bezerra47, CARLOSGOMES, CEFAS CARVALHO, CICERO MACEDO, CICERO MACEDO, CID AUGUSTO DA ESCÓSSIA ROSADO, CINTHIA LOPES, CIRO, CLAUDER ARCANJO, CLAUDIA MAGALHAES DE OLIVEIRA, CLAUDIA SANTA ROSA, CLAUDIONOR BARROSO BARBALHO, CLOTILDE SANTA CRUZ TAVARES, CONCEIÇAO FLORES, CONCEIÇÃO MACIEL, CRISPINIANO NETO, CULTURA, DALIAANA CASCUDO ROBERTI LEITE, DAVID LEITE, denisepoetica, DIOGENES DA CUNHA, DIULINDA GARCIA, EDUARDO ANTONIO GOSSON, eduardogosson@tjrn.jus.br, EIDER FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, ELINEÍ ARAUJO DE ALMEIDA, EMMANUEL, ESPEDITO MOREIRA DE MELLO, ESTER DE MORAIS FERREIRA, EVERALDO BOTELHO, FATIMA BEZERRA, FELIX CONTRERAS, FLAUZINEIDE MOURA, FRANCISCO ALVES DA COSTA SOBRINHO, FRANCISCO MARTINS, FRANCISCO RODRIGUES DA COSTA, GEORGE ANTONIO DE OLIVEIRA VERAS, GEORGE LUIZ ROCHA DA CAMARA, Geralda Efigenia, GERALDA EFIGENIA, GERALDO JUNIOR, GERALDO RIBEIRO TAVARES, GIANINE CUNHA COSTA, GILMARA DAMASCENO, GILVANIA MACHADO, GONZAGA CORTEZ, GUTENBERG MEDEIROS COSTA, GUTO GIOVANI DE OLIVEIRA CASTRO, HORACIO DE PAIVA OLIVEIRA, IVAN JUNIOR, IVONCISIO MEIRA DE MEDEIROS, JANIA MARIA SOUZA DA SILVA, JARBAS MARTINS, JOAO BATISTA DE MORAIS NETO, JOSE ADALBERTO TARGINO ARAUJO, JOSE CORREIA TORRES NETO, JOSE DA LUZ COSTA, JOSE DE CASTRO, JOSE FERREIRA DA ROCHA, KACIANNI DE SOUSA FERREIRA, LIACIR LUCENA, LISBETH LIMA DE OLIVEIRA, LIVIO ALVES ARAUJO DE OLIVEIRA, LUCIA HELENA PEREIRA, LUDOVICUS, MAGNUS REGIUS FERREIRA DE ANDRADE, MANOEL MARQUES DA SILVA FILHO, MANOEL PITA, MARCOS CAVALCANTI, MARCOS GUERRA, MARCUS CESAR, MARIA ARISNETE, MARIA AUZERINA DE FREITAS, MARIA DA SALETE PIMENTA, MARIA RIZOLETE FERNANDES, MARIA VENERANDA DE ARAUJO, MARIA VILMACI VIANA DOS SANTOS, MARIZE CASTRO, MAURICIO GARCIA, MDOPERPÉTUO CASTRO, MERY MEDEIROS DA SILVA, MIGUEL JOSINO NETO, MIRANDA SA, MOISES CAMARA, NAIDE GOUVEIA, NAPOLEÃO DE PAIVA SOUSA, NELSON PATRIOTA, ODETE FERREIRA ALVES, ORMUZ SIMONETTI, PABLO CAPISTRANO, PAULO DE MACEDOCALDASNETO, PAULO JORGE DUMARESQ, PAULO PEREIRA DOS SANTOS, PEDRO LINS, PEDRO LINS NETO, PUBLIO OTAVIO JOSE DE SOUSA, RICARDO GOSSON, RINALDO BARROS, ROBERTO COCENTINO, ROBERTO DA SILVA, ROBERTO LIMA DE SOUZA, ROSA RAMOS REGIS DA SILVA, ROSIVALDO TOSCANO, RUBENS AZEVEDO, SEBASTIAO LEITE, SEEC GABINETE, SELMA CALASANS RODRIGUES, SEVERINO VICENTE, SILVINO DOS SANTOS, SILVIOCALDAS, SONIA OTHON, SUELY MENESES, SYLVIA DANTAS, TÁCITO COSTA, TARCISIO GURGEL, TETE BEZERRA, THIAGO GONZAGA, Tomislav Femenick, TOMISLAV RODRIGUES FEMENICK, TV-ASSEMBLEIA, UIRANDYALENCAR, VALDENIDES DIAS, VALERIO MESQUITA, VILMA DA SILVA, VIRGÍLIO FERNANDES, WALTER CID, WODEN MADRUGA, ZE MARTINS CARTA AOS MEUS AMIGOS Meus Amigos: “Sou um homem de combate e paixão: não recuo com facilidade.”(Eduardo Gosson) Tenho enfrentado desde o meu rebaixamento funcional e salarial no Tribunal de Justiça, na administração passada, o inferno econômico que é igual ou pior ao Inferno bíblico. Ao final de cada mês sou obrigado a sortear a quem vou pagar; o resto, ah! Que espere... Lênin já dizia que “A prática é o critério da verdade”. Não adianta dizer e não fazer. E o mundo está cheio de Manelões, conforme bem disse o poeta José Bezerra Gomes. À propósito, cada vez mais o real sem nenhuma ilusão. Dizia um tio-avô que veio do Líbano para o Brasil: “meu sobrinho, essa vida sem ilusão é uma merda”. Sexta-feira passada, dia 30 de janeiro de 2015 mais uma decepção: mediante requerimento da minha situação, endereçado à Diretora Geral do INSTITUTO MARIA AUXILIADORA – IRMÃ MARIA ELIZABET VIEIRA DA COSTA, solicitei uma bolsa de estudo para a minha neta Rebeca que lá estuda há quatro anos + o parcelamento do débito relativo a quatro meses do ano passado, desviados para comprar os remédios para o Mal de Parkinson uma vez que no governo da doutora Rosalba Ciarline faltava constantemente. Ela médica, a saúde um caos. A resposta foi NÃO e não aceitaram a minha proposta de parcelamento em 10 vezes da dívida que hoje gira em torno de R$ 3.000,00. Nesta segunda-feira irei buscar a documentação escolar para procurar outro colégio, agora preferencialmente laico; de hipócritas religiosos estou cheio. Travestidos de cristãos, na verdade amam o dinheiro. Só acredito em Cristianismo de solidariedade. Se não amar o seu próximo não há SALVAÇÃO. A minha igreja com certeza não é essa que está em Roma. A minha igreja é a de Jesus Cristo, que na pratica teve um Dom Helder Câmara, um Dom Pedro Casaldaliga que deixou a sua Espanha e veio para o Araguia, na região Norte do País, organizar índios e posseiros contra um Capitalismo desumano e sem rosto. Após a sua aposentadoria, manifestou o desejo de continuar morando a terra que ele escolheu para viver, amar e servir. A nossa Madre Igreja tentou retirá-lo de lá. Recuaram diante da sua força moral, pois Dom Pedro é hoje um velhinho frágil e doente de Mal de Parkinson; porém homem de muita coragem pois reveste-se da Armadura de Deus e está impregnado do Espírito Santo além de ser um grande poeta. Com a Paz do Senhor, despeço-me aguardando dias mais amenos onde viver seja uma aventura. Só resta os santos, os poetas e Jesus Cristo. Todos eles podem ver na escuridão. 
 Um grande abraço Eduardo 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

NÃO TENHO MEDO DA MORTE! - CARLOS COSTA FILHO


http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2015/01/nao-tenho-medo-da-morte-para-carlos.html 


 Como as árvores que perdem as folhas para que outras possam nascer e ocupar o lugar daquelas que se foram ao chão e faleceram porque tinham certeza que outra folha ocuparia seu lugar, assim também estou seguindo para deixar minha última folha cair, sem qualquer medo da morte porque essa é a ordem natural da vida: uma coisa precisa morrer para outra nascer e ocupar seu lugar. Já plantei minha semente. Espero, desejo e tenho fé que produzirá bons frutos. Mas ainda é só um adolescente de 17 anos. Fomos juntos, a decisão do jogo Flamengo X São Paulo, no último dia 25/01/2015, na Arena da Amazônia, levado pela primeira vez pelas mãos do meu filho. Na portaria, fui impedido de entrar com meu depósito de água para tomar remédios. Carlos Filho, mais alto que eu, tirou meu chapéu, chamou a atenção para a falta de meus dois lados do crânio e me defendeu. Entrei com a minha água! Lembrei do poema de Gibran Khalil, falando sobre filhos, que disse: “teus filhos não são teus filhos/são filhos e filhas da vida, anelando por si própria/Vem através de ti mas não são de ti/E embora estejam contigo, a ti não pertencem/Podes dar-lhes amor(...)Podes abrigar seus corpos, mas não suas almas (...)Tu és o arco do qual teus filhos, como flechas vivas, são disparados.../Que tua inclinação na mão do arqueiro seja para alegria”. Se não fiz tudo o que diz esse poema, pelo menos estou tentando fazer o que posso, cumprindo meu papel de arqueiro e desejando que meu arco se incline na minha mão de forma correta. Não transfiro minhas ideias ao meu filho, lhe dou liberdade e percebi que já as usa com seu próprio pensamento e toma a decisão que o momento lhe exige. Tive a certeza que poderei partir feliz porque meu filho me dará orgulho no futuro, mesmo que não seja ou esteja presente em sua vida, horando meu nome e de seu avô materno, advogado e político Francisco Guedes de Queiroz, que faleceu pobre mesmo depois de 26 anos seguidos de mandatos parlamentares, como eu também não obtive riquezas materiais; somente intelectuais. Como o arco meio quebrado, lentamente subi as escadas da Arena da Amazônia, segurando o corrimão da escada e vislumbrei sua beleza pela primeira vez. Estava me sentindo como se meu filho fosse meu pai, cuidando de mim com todo o carinho, me abanando no calor e perguntando a todo momento se eu me sentia bem. Caminho rumo à morte, com Deus no coração. Não temo a morte porque serei feliz, mas temo os vivos que matam em nome de um Deus que é de todos, de um Estado que acham que o certo, promovem barbaridades em nome crenças que entendem ser a mais correta. Enfim, temo mais aos vivos do que aos mortos, porque os mortos não fazem mal a ninguém e vivem felizes. Me penitencio em nome da religião católica. A religião católica, em períodos de sua história impôs também métodos de terror: as Cruzadas, a Inquisição e, mais tarde, Os Cavaleiros Templários, perseguindo e convertendo gentios pela cruz e pela espada. Tomo banho ouvindo pela janela do banheiro, o grito dos periquitos em uma árvore. Os ouço bem, mas não entendo o que dizem porque ainda não aprendi a entender a linguagem dos animais, como fazia São Francisco de Assis, que conversava com pássaros e outros animais e se fazia entender e entendia no que lhe diziam. Queria eu, ao menos, entender o que querem os homens de preto que degolam pessoas, protestam e matam, impondo o terror, já que não consigo ser e nunca serei como São Francisco de Assis! Nem isso consigo entender, embora tente encontrar uma lógica se é que existe alguma lógica em quem impõe o terror pela força! A vida, hoje, é uma mera banalidade e uma moeda de troca nas mãos dos fanáticos, sem Deus em seus corações. Pessoas morrem e matam por nada, são individualistas, não pensam no todo, esquecem que ninguém consegue viver isolado em seu próprio mundo e precisa ser gregário, viver em espaços comunitários e respeitar o direito dos outros para ter seus direitos respeitados. Assim é a vida, mas assim não será a morte para quem tem fé e pratica a palavra de Deus! Sou católico, mas não recuso ouvir a palavra de Deus e conhecer os ensinamentos doutrinários da Bíblia! Também convivo bem e aceito todas as religiões; não o radicalismo em nome de qualquer que seja a crença religiosa. Nascer é uma batalha porque para se ganhar a vida, a pessoa, mesmo em forma de esperma, tem que derrotar várias outras vidas para atingir o óvulo, ser fecundado, passar nove meses espremido em uma placenta para, por fim, ganhar a vida. Viver também não é fácil, mas ser feliz o é porque a felicidade sempre esteve ao nosso lado, mas não sabemos como procurá-la porque queremos sempre mais e mais, somos egoístas, queremos tudo só para nós, impondo sem muita criticidade e análise o que achamos ser o certo. Pode até ser certo para nós, mas pode não ser para todos e a vida é coletiva e não individual.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

COMBATE ÀS TREVAS – 36 - POR EDUARDO GOSSON (*_)



EDUARDO GOSSON

 É lamentável vermos o ex-presidente Lula e a presidente Dilma implorando ao Governo da Indonésia para que Marco Acher não fosse fuzilado. Ora, as leis naquele longínquo país são duras e, não tem, a elasticidade das nossas. Toda ação corresponde uma reação, isso a dialética nos ensina. Quando o senhor Marco começou a traficar não pensou nestes aspectos. E o mesmo sabia que o tráfico é crime hediondo e, que, lá não tem o jeitinho brasileiro (leia-se sacanagem brasileira). Lá o jogo é pesado e o negativo é esmagado. Lá não tem “intelectual progressista” para fazer proselitismo midiático em nome dos Direitos Humanos. Faço essas advertências porque me sinto- na obrigação de alertar as pessoas, sobretudo os jovens: em 26.05.2012, portanto há dois anos e cinco meses, perdi um filho com 28 anos de idade – FAUSTO GOSSON para as drogas e que está fazendo uma falta que ninguém poderá suprir. O Brasil precisa urgentemente fazer uma revisão em nossas leis penais. O argumento de que a pena de morte hoje é para pobres é uma falácia. Traficante, estuprador e pedófilo não faz falta a humanidade. Destroem os nossos filhos e filhas e vão embora. Essas ONGs, que defendem os canalhas, deveriam criar um serviço de consolação para os familiares e não conversando besteira. Na Era da INTERNET não existe mais pessoas inocentes. Os tabletes, os netbooks, os notebooks, os AIFONES, os AIPODES, entre outros, rasgaram o Véu da Inocência nos deixando nus.

 (*) é poeta. Presidiu a UBE-RN de 2008-2013

CAUDER ARCANJO CONVIDA PARA OS AUTÓGRAFOS DO SEU LIVRO - UMA GARÇA NO ASFALTO.

CLAUDER ARCANJO

Caros amigos e amigas: Estarei nesta quinta-feira, dia 29 de janeiro de 2015, a partir das 19h, autografando o meu livro de crônicas UMA GARÇA NO ASFALTO (LetraSelvagem), em Natal-RN. O evento dar-se-á na Livraria Nobel, na Avenida Salgado Filho. Espero contar com a presença de vocês. Deste escrevinhador provinciano, 

Clauder Arcanjo



SERVIÇO: DIA 29-01-2015
HORA: A PARTIR DAS 19 HS
LOCAL: LIVRARIA NOBEL DA AV. SALGADO FILHO


APOIO: UBE/RN

domingo, 25 de janeiro de 2015

CARTAS DE COTOVELO 11 (versão 2015) - POR CARLOS TOBERTO DE MIRANDA GOMES.



CARTAS DE COTOVELO 10 (versão 2015) - POR CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES.



Os meus leitores devem ter notado a mudança da minha maneira de ser nos instantes do veraneio, sempre de braços com as coisas boas do cotidiano, refletindo nas minhas Cartas de Cotovelo, que tiveram uma linguagem um tanto amargurada. Peço desculpas. Fiz muito esforço para superar as adversidades neste novo ano e somente no quase seu findar deste janeiro consegui vencer um pessimismo agudo que tolhia a minha alegria de viver, embora com a carga de problemas de saúde que me acompanha já a uns 10 anos. Usando a experiência que a vida me ofereceu nestes quase 76 anos, também me foi dada a possibilidade de melhor avaliar quais as causas mais evidentes capazes de retirar as imunidades existenciais, neste universo pouco solidário e pude constatar, que maior que as dificuldades materiais ou as dores de eventuais perdas de parentes e amigos, aflora como procedimento mais prejudicial à espécie humana a prática da injustiça. Venho de família que sempre cultuou a solidariedade e a compreensão e, a eventualidade de uma injustiça nos atinge de tal forma, que custa caro segurar o desejo de vingança, por conflitar com a essência dos ensinamentos cristãos. Considero que venci, graças a Deus, esse sentimento menor de revide, que de nenhuma maneira engrandece a criatura humana e agora o meu sentir é de apenas um lamento, tal a certeza de que os despóticos terão no correr da vida o retorno daquilo que plantaram sem a grandeza do respeito à dignidade alheia. A música, que é resultado da sabedoria popular, de vez em quando retrata tais situações com alertas: “Eu assisti de camarote o teu fracasso” (Chico Alves “Viola”), ou “Quem vive sempre em grande altura leva sempre a maior queda.” (Noel Rosas). Por tudo isso, tenho a certeza de que as coisas vão mudar, o amanhã será mais promissor, tanto que já tenho novos projetos e readquiri a capacidade de trabalho represada, exceto nas deficiências físicas que a idade impõe e das quais sou consciente. Do tempo que me resta, dado por acréscimo à idade bíblica, terei forças suficientes para sentir a presença do Criador em minhas ações, sem ódio e sem medo e sempre no olhar para o que posso fazer de bom pelo meu semelhante. A cada um, segundo o seu merecimento!

DESPEDIDA - POR DIULINDA GARCIA.

ANNA MARIA CASCUDO BARRETO



 No dia 21 de janeiro do ano em curso, no Lúdovicus-Instituto Luis da Câmara Cascudo- celebrava-se a missa de sétimo dia de Anna Maria Cascudo Barreto. Achavam-se ali, familiares, amigos, confrades e admiradores que, contritos vieram prestar a última demonstração de apreço, dar o seu último testemunho de amizade, repeito e admiração.Não havia pranto, mas a contrição própria das despedidas, sobretudo quando não há perspectivas de volta, troca de mensagens ou telefonemas... Fechara-se um ciclo e começava uma nova jornada, não só para os que teriam de prosseguir, agora sem a presença física da mãe, avó, sogra, amiga e confreira, mas para ela própria, que seguiria a trajetória inevitável dos que são chamados a abandonar a matéria, rumo à eternidade da essência. Concluíra aqui, o que lhe fora confiado, chamada então,"retorna ao pai", como dissera o celebrante em sua eloquência litúrgica. Homenagens, lembranças e recordações, foram pinceladas com vários matizes para compor o retrato de uma mulher determinada, que deixou nas pegadas de sua caminhada terrena, o exemplo de dedicação à família, aos amigos e sobretudo à preservação e divulgação do legado deixado pelo mais ilustre representante da cultura do Rio Grande do Norte, Luis da Câmara Cascudo. Percebia-se naquele fim de tarde iluminado pela luz crepuscular, uma serenidade explícita em cada semblante, como se ali se materializasse a tão sonhada "paz budista, a simplicidade, a aceitação e o lirismo", como escrevera a própria Anna Maria, no artigo intitulado "A IMPORTÂNCIA DO ESSENCIAL"-ANL-Revista N.39/2014. Tudo parecia seguir a trilha dos próprios sonhos de uma mulher, cuja pluralidade a muitos encantou.Viveu como quis em sua multiplicidade, tornando-se em poucos anos uma intelectual ilustre da contemporaneidade potiguar, deixando uma produção literária respeitável, além de admiradores querendo reconhecer o seu saber e quem sabe sabê-lo. Anna Maria aprendera com seu pai e mestre, Luis da Câmara Cascudo, arte de"unir retalhos de uma obra de ricas páginas repletas de ensinamentos". 


Diulinda Garcia* 
*Membro da UBE/RN E DO IHG/RN