HORÁCIO PAIVA
ENCONTRO COM A POESIA - INTERLÚDIO (I)
(Por Horácio Paiva)
TRÊS SONETOS RENASCENTISTAS FRANCESES
Na sequência das citações e arquivos apresentados, notadamente sobre o neoclássico Camões e o clássico latino Horácio (e a sua filosofia do carpe diem e do vivere in aurea mediocritate), trago estes três belos e sugestivos sonetos (um deles, o de Ronsard, célebre, muito reproduzido e comentado ao longo dos anos) de expoentes do renascimento literário francês, em magnífica tradução de Guilherme de Almeida, casando-os com os textos já mencionados:
PIERRE DE RONSARD (1524-1585)
SONETO A HELENA
Quando fores bem velha, à noite, à luz da vela,
Junto ao fogo do lar, dobando o fio e fiando,
Dirás, ao recitar meus versos e pasmando:
Ronsard me celebrou no tempo em que fui bela.
E entre as servas então não há de haver aquela
Que, já sob o labor do dia dormitando,
Se o meu nome escutar não vá logo acordando
E abençoando o esplendor que o teu nome revela.
Sob a terra eu irei, fantasma silencioso,
Entre as sombras sem fim procurando repouso:
E em tua casa irás, velhinha combalida,
Chorando o meu amor e o teu cruel desdém
.
Vive sem esperar pelo dia que vem;
Colhe hoje, desde já, colhe as rosas da vida.
JOACHIM DU BELLAY (1522-1560)
SONETO
PIERRE DE RONSARD (1524-1585)
SONETO A HELENA
Quando fores bem velha,
à noite, à luz da vela,
Junto ao fogo do lar, dobando o fio e fiando,
Dirás, ao recitar meus versos e pasmando:
Ronsard me celebrou no tempo em que fui bela
. E entre as servas então não há de haver aquela
Que, já sob o labor do dia dormitando,
Se o meu nome escutar não vá logo acordando
E abençoando o esplendor que o teu nome revela.
Sob a terra eu irei, fantasma silencioso,
Entre as sombras sem fim procurando repouso:
E em tua casa irás, velhinha combalida,
Chorando o meu amor e o teu cruel desdém.
Vive sem esperar pelo dia que vem;
Colhe hoje, desde já, colhe as rosas da vida.
JOACHIM DU BELLAY (1522-1560)
SONETO
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