SILVIO CALDAS
Delação premiada, um mal necessário
Autor: Sílvio Caldas (jsc-2@uol.com.br)
O Ministro Fux acaba de conceder, em seu voto, os favores da delação premiada em favor do réu Roberto Jefferson, o nosso Macumanina do milênio.
Com efeito, o serviço que o ex-deputado prestou ao país foi inestimável. Só que para alguns, a ficha, como se diz, ainda não caiu. Mas aos poucos acredito que chegaremos lá.
De certo modo não deixa de ser constrangedor que a sociedade sirva-se, para atingir os seus saudáveis fins, de um político de comportamento historicamente espúrio, como é o caso do ex-deputado escudeiro de Fernando Collor. Mas foi graças a mecanismo semelhante que a Itália conseguiu vencer batalhas antes consideradas invencíveis, contra a máfia.
No geral os favores concedidos ao delator, quando premiado, inclui até a própria família. São favores que terminam constrangendo também os próprios beneficiados. Enfim, o constrangimento é geral, para quem denuncia e para quem dele se serve. Tudo em prol de se combater um mal maior.
Aos poucos a população em geral vai recobrando sua crença no nosso Poder Judiciário, pois inegável está sendo a atuação dos nossos Ministros em geral, apesar das naturais divergências e pontos de vistas por vezes conflitantes. É justamente para isso que serve o colegiado.
Agora, uma coisa a meu ver, foi providencial e será inesquecível para as futuras gerações: a competência, tenacidade e firmeza do Ministro Relator e a serenidade do presidente Ayres Brito.
Portanto, até agora o Brasil está cantando vitória. É esperar para ver o final.
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